terça-feira, 8 de maio de 2012

Vale a pena ler



Historia do ioiô

O ioiô é um brinquedo que se vale de algumas leis da física para funcionar. Assim, quando alguém o lança para baixo, a força da gravidade o puxa nessa direção, mas como ele está preso a um barbante enrolado em seu eixo, e não pode se livrar dele, então começa a descer girando. Nesse movimento de descida que faz rodando sobre si mesmo, o ioiô vai ganhando aceleração aos poucos, até que o cordão acaba, quando então a energia potencial acumulada durante a descida obriga o brinquedo a continuar girando. Mas como o barbante não lhe permite continuar descendo, um pequeno tranco do jogador faz com que o ioiô inicie o movimento de subida e retorne à mão dele, aí recebendo novo impulso para baixo e assim por diante, o que prolonga a brincadeira por tempo cuja duração vai depender da habilidade de quem está jogando.

Muita gente costuma dizer que o ioiô é o segundo brinquedo mais antigo do mundo, perdendo apenas para a boneca. Ninguém sabe o quanto de verdade existe nessa afirmação, mas o que não se pode negar é que a história desse pequeno objeto é tão fascinante quanto seu funcionamento. Apesar de pinturas gregas de 2.500 anos mostrarem pessoas se divertindo com modelos primitivos de ioiôs, ele pode ser até mais antigo do que os desenhos sugerem, pois historiadores acreditam que o brinquedo tenha surgido na China feito com dois discos de marfim entre os quais se enrolava uma corda fina de seda. Dali se espalhou pelo Oriente, chegando às Índias e Filipinas antes de ser descoberto e adotado pelos gregos antigos.

Depois de um período de ostracismo em que quase desapareceu, o ioiô ressurgiu nas Filipinas do século 18, assumindo, inclusive, característica de arma de caça semelhante às boleadeiras gaúchas, pois quando era arremessado, sua corda enroscava o disco de madeira nas patas do animal perseguido e o derrubava. Daí ele chegou à Europa, onde no final da Idade Média os nobres franceses e ingleses o usavam como um tipo de divertimento que lhes relaxava a mente, mantendo-os afastados por algum tempo das tarefas diárias. Inclusive, alguns relatos afirmam que antes das batalhas, as tropas de Napoleão divertiam-se com os l’embrettes ou bandalores, nomes pelos quais eram conhecidos naquela época.

Seu nome, porém, é outra história. Em 1920 o filipino Pedro Flores levou para os Estados Unidos o brinquedo chamado por ele de “yo-yo”, cujo significado em dialeto daquele país é o de “vem, vem”. Em 1929 ele o vendeu ao empresário Donald Duncam, que decidiu não só produzi-lo em grande escala, mas também investir em campanhas publicitárias que o tornassem tão conhecido a ponto do seu nome ultrapassar as fronteiras americanas e conquistar o mundo. Foi o que aconteceu.

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O ioiô permite a prática de inúmeros truques, como o de andar no chão, por exemplo, e os jogadores mais habilidosos divertem e encantam os assistentes com malabarismos de toda ordem. Nos modelos modernos, o barbante não se prende diretamente ao eixo, mas a um sistema de rolamento, e por isso alguns ioiôs podem girar durante minutos. Segundo a Associação Brasileira de Ioiô (www.ioiobrasil.org), “Nos últimos vinte anos, a tecnologia vem mudando a cara dos ioiôs. Nos anos 80, os ioiôs 'inteligentes' que retornavam para a mão do dono automaticamente foram criados e nos anos 90 o uso de rolamentos nos ioiôs resultou em uma evolução inédita nas manobras realizadas. Atualmente eles empregam tecnologia de ponta. A madeira e plástico usados há décadas foram substituídos por novos materiais como aço, alumínio e policarbonato. Da mesma forma, os truques e manobras acompanharam essa evolução e o ioiô agora é praticado com seriedade em muitos países. A destreza e habilidade dos melhores jogadores chegam a ser equiparadas àquelas dos grandes malabaristas”.

“O ioiô no Brasil, assim como em inúmeros outros países, teve períodos de 'febre', onde o brinquedo se tornou mania entre jovens e crianças. As maiores dessas promoções, impulsionadas pelos ioiôs Coca-Cola/Russell, ocorreram em 1982 e 1995. Até então, não havia uma organização independente para o esporte no país. Em 2002 foi fundada a Associação Brasileira de Ioiô, que passou a ser responsável pela organização de campeonatos no Brasil. Nesse mesmo ano o Brasil teve seu primeiro representante no Campeonato Mundial”.

De acordo ainda com a Associação, Rafael Matsunaga foi o primeiro brasileiro a inscrever seu nome na história do ioiô, sagrando-se, em 2003, campeão mundial na modalidade Counterweight. Ele também é o único brasileiro agraciado com o título de National Yo-yo Master, título que apenas onze outros jogadores no mundo possuem, e que é dado a praticantes que promovem ativamente o desenvolvimento do esporte em seu país. O Brasil tem se destacado no cenário internacional pelos seus resultados em campeonatos internacionais e qualidade dos jogadores, sendo considerado por muitos como a terceira potência mundial do esporte, atrás apenas de Japão e Estados Unidos.

Abordando o assunto, o jornal Diário do Nordeste, de Fortaleza, Ceará, publicou em sua edição de 22/11/2006, a seguinte matéria: "Mesmo que a febre ressurja de tempos em tempos, o ioiô sempre fez parte da diversão de muita gente. Quem prova isso é Marcello Baroni, atual campeão brasileiro e integrante da equipe York de Yo-Yo, fundada por Dione Ramgel, que carrega na bagagem mais de dez anos de experiência na modalidade. O objetivo maior do grupo é resgatar a brincadeira e, ao mesmo tempo, provar que os movimentos obtidos com o instrumento vão além disso. 'Ainda são poucos os que vêem no ioiô muito mais do que um brinquedo', destaca Marcello Baroni. 'Por exemplo, a peça ajuda a trabalhar a coordenação motora, especialmente, se os praticantes forem crianças'. Jogar ioiô também estimula o desenvolvimento de outras habilidades, como a capacidade de concentração, agilidade dos reflexos, criatividade e socialização. 'É incrível como o jogador, principalmente se for criança, aumenta o seu espaço de socialização até com os próprios pais. Muitos já me falaram de como a brincadeira foi um meio de aproximação com o filho', comenta Marcello. O profissional ainda ressalta a importância da prática como uma solução para o que ele define de ‘sedentarismo moderno’. 'As crianças precisam sair um pouco da frente da TV, do computador e aproveitar outras formas de brincadeira e aprendizado', afirma".

fonte: www.efecade.com.br


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